A grande virada
Atualizado: 4 de fev. de 2020
Nós, os atuais coroas, definitivamente temos o dever de inventar o idoso do século XXI.
Afinal de contas, a geração baby boomer a que pertencemos, deve continuar a ser o porta-bandeiras dos que vêm atrás.
É óbvio que invenções espetaculares surgiram nas últimas décadas. Como é óbvio também que temos o direito de não sermos experts na maravilhosa era da informática. Mas, também, para quem passou grande parte da vida entre dois botões – on e off -, estar aqui teclando é um tremendo de um salto.
Detesto voltar ao passado, mas foi na nossa época em que o novo jovem foi inventado. Nossos pais pisavam nas pegadas dos nossos avós e mantinham-se na zona de conforto.
A partir da década de 60, demos uma virada no jogo comportamental.


OK, chegamos vivos ao século XXI e cá estamos reformulando a clássica velhice.
Nós, os coroas de hoje, não perdemos um minuto para nos encantarmos com as bulas dos remédios lançados no mercado, por mera curiosidade. Tem um problema ? O médico que trate de pesquisar e nos informar qual o “up to date ” para o caso.

Mas nos livramos da tirania da juventude que levava sobretudo as mulheres a se manterem aparentando pouca idade a qualquer preço. Que desapego bom !!!!!! Nós decidimos que não tem a menor graça pendurar a chuteira. Temos tempo de monte pela frente e mil coisas para serem feitas.
Assim como abrimos o campo para as jovens, que hoje lotam as faculdades, que ocupam lugares de destaque no mundo empresarial, que entram e saem sozinhas de onde quiserem, estamos ceifando o terreno para que a enxurrada de coroas que vêm vindo, plantem o que lhes dê na telha.
Só não vale voltar atrás e esquecer que o mais importante na vida é viver sem ter a vergonha de ser feliz.
Ana Boucinhas