Cirque de Soleil
Atualizado: 5 de fev. de 2020
Sempre imaginei que o criador do Cirque de Soleil fosse um tremendo capitalista, empreendedor de visão, que tivesse resolvido investir na renovação da arte circense.
Meu desinteresse no assunto me fez ficar em pré-coma, quando me vi em altos papos com uma moça super charmosa, bem jovem, mineira de Belo Horizonte, simplesmente mãe dos filhos do próprio.
Claro que não dei qualquer sinal de estar na UTI emocional, sobretudo para não constranger minha filha, que é um Google ambulante e não poderia matá-la de vergonha pela minha absurda ignorância.
Como não fui à informação, ela veio a mim e acabei conhecendo e me interessando pela historia deste interessante visionário- Guy Laliberté.
O jovem Guy embolsava uns trocados nas esquinas de Quebec equilibrando-se em perna de pau e engolindo fogo, técnicas aprendidas na Europa aos 14 anos e no Hawai, em uma viagem com a ex-companheira, respectivamente.
Bolsos vazios, mas mente cheia de idéias e projetos, o levou a reunir-se com outros 13 performáticos mambembes a se apresentarem inicialmente em uma garagem em Quebec.
À época da comemoração dos 450 anos da descoberta do Canadá, por ter caído nas graças do Prefeito da cidade, acho eu, recebeu um suporte financeiro para efetivar um show próximo ao seu sonho.
Mas foi em 1980 que o Cirque de Soleil surgiu no mundo, na abertura das Olimpíadas de Inverno de Calgary. Excepcionais malabaristas e o uso dos mais avançados recursos cênicos, formaram um espetáculo tão surrealista, que rendeu ao líder, o título de “Salvador Dali” dos últimos tempos. Daí em diante, ninguém o segurou mais.
Graças ao talento e à visão de Laliberté, o Cirque de Soleil é hoje uma tremenda organização internacional, que opera nos cinco continentes.
A busca por novos talentos é continua e incessante, pois o conceito é o da inovação constante em cada show. No início, ele mesmo viajava, sobretudo, à China, para descobrir novos talentos. Mas hoje, “olheiros” cumprem esta função, pinçando o que há de melhor no mundo em termos de músicos, malabaristas e artistas.
Atualmente, 2.700 pessoas, de 40 nacionalidades diferentes, sendo 28 brasileiros compõem o quadro do Cirque de Soleil, e outras 20 mil estão se candidatando ao privilégio.
Para ele, o que importa é o talento, independente de qualquer outro dado e sempre preocupado em unir diferentes povos sobre o mesmo espaço.
Graças à sua exigência, a brasileira Silvia Aderne, aos 72 anos foi contratada para fazer o personagem Eleanor Risky, no espetáculo Love, e há três anos se apresenta em Las Vegas.
Laliberté não abre mão das funções administrativas, participa ativamente do desenvolvimento artístico e não economiza mesmo. Só na área de pesquisa e desenvolvimento são investidos 40% do lucro anual do Cirque.
Cada espetáculo demora cerca de três anos para ser produzido, com custos que variam de 30 a 90 milhões de dólares.
Atualmente existem nove espetáculos em cartaz pelo mundo, sendo cinco itinerantes rodando a Europa, Ásia e América que amealham 60.000 expectadores a cada final de semana.
No total mais de 100 milhões de felizardos já assistiram aos seus shows. Não é a toa que o Time Magazin, em 2004 elegeu Laliberté como uma das 100 pessoas mais importantes do mundo.
Sua preocupação com o planeta o levou a ser diretor da Fundação ONE DROP, que tem por objetivo conscientizar o mundo sobre o problema da escassez da água a sua relação direta com a pobreza.
Unindo o útil ao agradável, pois Laliberté é chegado no desafiante jogo de poker, sua fundação promoverá nos dias 1 a 3 de julho, um tremendo torneio para levantar recursos, no Rio All Swite em Las Vegas e claro ser ele o primeiro dos inscritos.
Sem falar que em 2010, Laliberté havia se tornado o sétimo turista espacial. Passou 10 dias em órbita, mas não conseguiu se distanciar da sua paixão maior, pois lá do espaço dirigiu “Da Terra às Estrelas pela Água.”
O último show do Cirque de Solei – Zarkana está no Music Hall em Nova York, com apresentações já marcadas em Madri e Moscou a seguir.
Ainda sem previsão a data em que nós veremos a história do mágico Zarka que perdeu não só o amor da sua vida, como os seus poderes e vive agora num mundo povoado por criaturas bizarras.
Há um namoro no ar com a Mangueira. Quem sabe o que anda passando pela cabeça deste extraordinário empreendedor neste sentido…
Vale a pena assistir!